Um vídeo da prefeita de Marituba (PA), Patrícia Alencar (MDB), dançando forró de biquíni em um ambiente doméstico viralizou nas redes sociais nesta semana. A gravação, que inicialmente foi publicada em um perfil privado no Instagram, se espalhou rapidamente por aplicativos de mensagens e gerou reações divididas entre moradores e internautas.
Em entrevista ao g1, a prefeita comentou a repercussão: “Infelizmente, na sociedade em que vivemos, o corpo de uma mulher incomoda mais do que a corrupção, a ineficiência ou o descaso na política”. Ela também destacou o tratamento desigual entre homens e mulheres na esfera pública: “Quando um homem relaxa, é considerado espontâneo. Já uma mulher, ao fazer o mesmo, é questionada quanto à sua competência”, afirmou.
Vídeo
Opiniões divididas
Embora o conteúdo não tenha sido divulgado em canais institucionais da prefeitura, o vídeo rapidamente atraiu atenção e reacendeu discussões sobre os limites entre a vida pessoal de autoridades públicas e as expectativas sociais ligadas ao exercício do cargo.
Entre os críticos, a principal queixa gira em torno da suposta quebra de decoro. Para eles, ainda que se trate de um momento íntimo, a exposição pode prejudicar a imagem da liderança municipal, especialmente em um contexto político onde a visibilidade nas redes sociais é constante.
“Não é moralismo, é uma questão de responsabilidade. O cargo exige postura, mesmo fora do gabinete”, comentou um internauta.
Por outro lado, muitos apoiadores defenderam a prefeita, afirmando que ela tem o direito de aproveitar momentos de lazer e que o vídeo reflete autenticidade e proximidade com a realidade da população.
Perfil da gestora
Patrícia Alencar, natural de Bodocó (PE), foi reeleita prefeita de Marituba em 2020, com mais de 70% dos votos. Mãe de três filhos, ela deixou a carreira na medicina para se dedicar ao empreendedorismo e à política. Nas redes sociais, costuma adotar um tom direto e próximo da população, divulgando ações da gestão e interagindo com os eleitores.
Em resposta às críticas, Patrícia se manifestou por meio de seu perfil oficial e reforçou que o julgamento sofrido tem raízes em padrões machistas. “A mulher pode ser gestora, mãe, profissional e ainda assim curtir sua liberdade”, declarou.
A repercussão do vídeo segue alimentando debates sobre o papel da mulher na política, os desafios da exposição pública e os limites entre o pessoal e o institucional em tempos de internet e vigilância constante.
