Comprar medicamentos no Estado de São Paulo pode pesar (ou aliviar) bastante no bolso, dependendo da farmácia escolhida. Um levantamento recente do Procon-SP apontou que os preços de remédios genéricos podem variar em até 2.091% de um estabelecimento para outro. Já entre os medicamentos de referência, a diferença chega a 245,65%.
O estudo foi realizado entre os dias 26 e 28 de maio em farmácias físicas e sites de grandes redes do setor, abrangendo a capital, o interior e o litoral paulista. Os preços considerados foram à vista e com o desconto máximo disponível ao consumidor comum.
Tadalafila lidera disparidade
O maior exemplo de discrepância foi registrado na venda do genérico tadalafila 5 mg (30 comprimidos), usado no tratamento da disfunção erétil e problemas urinários. O medicamento foi encontrado por R$ 4,27 em uma farmácia da capital, enquanto outra loja cobrava R$ 93,58 — uma variação de 2.091,56%.
Na versão 20 mg (4 comprimidos), vendida online, o preço oscilou entre R$ 2,64 e R$ 43,59, um aumento de mais de 1.550%. O uso da tadalafila tem crescido no país, inclusive de forma indiscriminada, como apontou a Anvisa. As vendas saltaram de 21,4 milhões de unidades em 2020 para 67,7 milhões em 2024.
Medicamentos de referência também variam
Entre os medicamentos de marca, a maior diferença na capital foi na pomada Dexason (1 mg/g), que custa entre R$ 5,17 e R$ 17,87. Já nos sites, o destaque ficou com o Synthroid (reposição hormonal), com valores de R$ 21,99 a R$ 54,39.
Diferenças pelo interior
No interior, Presidente Prudente registrou a maior variação entre genéricos: o citrato de sildenafila (para disfunção erétil) foi encontrado por valores que variam de R$ 1,99 a R$ 17,51, uma diferença de 779,90%.
Já em São José dos Campos, o maior contraste nos remédios de referência ficou com o vermífugo Zentel, custando de R$ 8,20 a R$ 19,80.
Dicas ao consumidor
O Procon-SP alerta que os preços podem variar conforme programas de fidelidade, convênios, planos de saúde ou cadastros de clientes. Por isso, é fundamental pesquisar e comparar.
Além disso, a entidade recomenda que o consumidor sempre verifique:
- Número do lote e validade na embalagem e no frasco;
- Registro no Ministério da Saúde;
- Se o preço com desconto está disponível para todos os consumidores.
Economizar com segurança é possível — e pesquisar é o primeiro passo.
