Ministério Público de São Paulo afirma que eram simuladas doações online para ocultar origem do dinheiro movimentado pelo grupo
Criado em 2014 com a bandeira do combate à corrupção, o Movimento Brasil Livre (MBL) entrou na mira da Justiça por suspeitas de lavagem de dinheiro através da simulação de doações on-line. O Ministério Público de São Paulo vê indícios de um esquema envolvendo plataformas virtuais e empresas de fachada.
A investigação fala em uma “nova técnica de lavagem de capitais com valores relevantes e sem lastro de origem”. “Podemos denominar de doações de cifras ocultas, isto é, dinheiro que não passa pelo sistema bancário das pessoas que estão sob o radar da investigação, justamente de forma a proporcionar, de forma mais eficiente, a ocultação da origem dos valores”, diz o MP.
Os promotores apontam indícios de irregularidades em duas frentes: através da plataforma Google Pagamentos e da ferramenta Superchat.
No primeiro caso, os investigadores afirmam que as doações passavam pela plataforma, que desconta 30% do valor pago, ao invés de serem depositadas diretamente nas contas do movimento, como estratégia para ocultar a origem do dinheiro.
O objetivo no uso do Superchat, opção do YouTube que possibilita aos usuários pagarem para ter comentários destacados em transmissões ao vivo, seria o mesmo – com a diferença de que nesse caso os pagamentos seriam feitos de forma fracionada, em média R$ 200 ou R$ 300,00 por “live”. Segundo o MP, nesse caso as contribuições são ‘muito menos rastreáveis’ por órgãos de investigação ou controle, uma vez que podem ser feitas através de cartões pré-pagos comprados anonimamente online.