Uma das funcionárias que desconfiaram de Giovanni Quintella e levaram a polícia a prendê-lo em flagrante pelo estupro de uma paciente durante uma cesariana contou, em depoimento, que o anestesista sedava “de maneira demasiada” e que “as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês” após o parto.
Ainda de acordo com a mulher, “Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa” na sala de cirurgia.
A mulher informou que Giovanni começou a trabalhar no Hospital da Mulher Heloneida Studart há cerca de dois meses. Neste domingo (10), o anestesista sedou três parturientes. A testemunha afirmou que percebeu algo errado logo na primeira cesariana.
“Após a saída do acompanhante da paciente da sala de cirurgia, Giovanni usou um capote, fazendo uma cabana que impedia que qualquer outra pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima”, narra o termo de declaração.
Na segunda operação do domingo, segundo a funcionária, “Giovanni usou o capote aberto nele próprio, alargando sua silhueta, e se posicionou de uma maneira que também impedia que qualquer pessoa pudesse ver a paciente do pescoço para cima”.
“Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás”, disse a testemunha.
“Pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava segurando a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica.”
A mulher e demais funcionários pegaram um celular e o posicionaram em um armário com portas de vidro, mas não acompanharam a terceira cesariana na sala e só viram o flagrante quando pegaram o telefone — razão pela qual não puderam interromper o crime.
“As pacientes [de Giovanni] ficavam complemente fora de si. Quando eram cuidadas por outro anestesista, jamais ficavam dessa maneira”, disse.