A tragédia na Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo, revela uma história angustiante de bullying. O estudante de 16 anos que realizou o ataque a tiros sofria há pelo menos dois anos, de acordo com seu advogado de defesa, Antônio Enio. O motivo, segundo ele, era o bullying severo devido à sua orientação sexual, pois era assumidamente homossexual.
O adolescente, que confessou a autoria do crime, teria gravado as situações de bullying que enfrentava na escola. A mãe do agressor, preocupada com a situação, teria denunciado os episódios à diretora da escola, mas, segundo relatos, recebeu apenas a sugestão de que o filho mudasse de unidade. Inconformada, a mãe registrou um boletim de ocorrência anos atrás, mas não deu continuidade ao processo, resultando na ausência de investigação policial.
O aluno, mesmo recebendo tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), confessou que não suportava mais o bullying e estava enfrentando dificuldades para dormir. No fim de semana anterior ao ataque, ele decidiu buscar a arma na casa do pai. O registro da arma estava em conformidade com a legislação.
O advogado também esclareceu que Giovanna, a estudante que perdeu a vida, não era o alvo do adolescente, classificando sua morte como uma “fatalidade”.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que o aluno envolvido no ataque estava na Escola Estadual Sapopemba por menos de um ano, mas não respondeu a perguntas sobre o bullying e o suporte ao estudante.