O engenheiro responsável pela metalúrgica que foi devastada por uma explosão em Cabreúva, São Paulo, no dia 1º de setembro, prestou depoimento à Polícia Civil. O incidente ocorreu no bairro Pinhal e resultou em quatro mortes, além de deixar dezenas de pessoas feridas.
Conforme informado pelo delegado encarregado do caso, Ruíter Martins, o engenheiro não era um funcionário da empresa Tex Tarugos, mas atuava como um prestador de serviços. Ele explicou ao delegado que fornecia consultorias e emitia pareceres técnicos para a empresa, mas nenhum dos seus serviços estava relacionado à área dos fornos da metalúrgica, onde ocorreu a explosão. O engenheiro afirmou que está reunindo documentos para apresentar ao delegado como parte da investigação.
Além disso, um técnico responsável pela segurança do trabalho da Tex Tarugos prestou depoimento na manhã do dia 4 de setembro. O engenheiro foi convidado a depor na mesma data, mas compareceu somente em 6 de setembro.
Quanto à investigação, o delegado Ruíter esclareceu que não há outros depoimentos agendados para esta semana, mas ele espera que os advogados da empresa compareçam à delegacia nesta segunda-feira, dia 11, para agendar o depoimento dos dois proprietários da metalúrgica.
Os investigadores continuam trabalhando para identificar todos os feridos na explosão, a fim de determinar o número exato de vítimas envolvidas no incidente.
A explosão resultou em quatro vítimas fatais. A última vítima a ser confirmada, na quinta-feira, dia 7 de setembro, foi Weverton Oliveira da Silva, de 42 anos. Familiares relataram que ele estava de folga no dia do incidente, mas foi chamado para trabalhar.
Weverton e Fernando Nascimento dos Santos, de 25 anos, outra vítima do incidente, eram primos. Os corpos de ambos foram levados para serem sepultados em Sergipe.
Além de Weverton e Fernando, as outras duas vítimas que perderam a vida no incidente foram Azarias Barbosa do Nascimento, de 46 anos, e Erick Mendes de Souza, de 21 anos.
Há várias questões pendentes de esclarecimento relacionadas ao caso da explosão na metalúrgica Tex Tarugos em Cabreúva (SP):
- Alvará de Funcionamento: A empresa Tex Tarugos não possuía alvará de funcionamento, conforme relatado pelo chefe de fiscalização da Divisão Regional de Fiscalização do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Isso levanta questões sobre como a empresa estava operando sem a devida autorização.
- Histórico de Irregularidades: A empresa tem um histórico de não conformidades em suas operações, incluindo problemas como falta de manutenção em seus equipamentos. As consequências dessas irregularidades em termos de segurança e conformidade com regulamentos precisam ser esclarecidas.
- Licença Ambiental: A Prefeitura de Cabreúva confirmou que a Tex Tarugos não possuía licença ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para operar. Isso suscita a pergunta de como a empresa conseguiu continuar suas operações sem a devida licença.
- Notificações e Multas da Cetesb: A empresa recebeu quatro advertências e duas multas da Cetesb por irregularidades. É importante esclarecer o contexto e a gravidade dessas infrações e por que elas não levaram a uma ação mais efetiva por parte das autoridades.
- Responsabilidades: A investigação em andamento deve determinar quais órgãos tinham o dever de fiscalizar e interditar a empresa devido à falta de documentos necessários para operar legalmente. Isso inclui o alvará de funcionamento, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e a licença da Cetesb.
- Comitê de Investigação: Um comitê do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foi criado para investigar a falta de documentos e as irregularidades no funcionamento da empresa. A conclusão desse inquérito será fundamental para entender as circunstâncias que levaram à explosão e à tragédia subsequente.
Esses esclarecimentos são essenciais para identificar responsabilidades, tomar medidas corretivas e prevenir futuros incidentes similares. Além disso, garantir que empresas cumpram os regulamentos de segurança e licenciamento é crucial para a segurança dos trabalhadores e da comunidade em geral.
A Câmara de Cabreúva tomou medidas para auxiliar as famílias das vítimas envolvidas na explosão. Dois projetos de lei foram aprovados na quarta-feira, 6 de setembro, com o objetivo de proporcionar assistência financeira às famílias afetadas.
Um desses projetos, originado no Legislativo, prevê o pagamento de duas parcelas de R$ 1.800 como auxílio. O segundo projeto, proposto pelo Executivo, estabelece dois pagamentos de R$ 1.700.
Agora, o prefeito de Cabreúva precisa sancionar um dos projetos para que as famílias possam receber o auxílio. A expectativa é que a sanção seja realizada nesta segunda-feira, dia 11 de setembro. Essa ajuda financeira é fundamental para apoiar as famílias afetadas durante esse período difícil.
