A cidade de São Paulo enfrenta um crescimento preocupante no número de óbitos causados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associada ao vírus da influenza. Neste ano, até a última quarta-feira, foram registradas 145 mortes na capital, um aumento de mais de 127% em comparação com as 77 mortes contabilizadas no mesmo período de 2024.
De acordo com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), foram confirmados 1.754 casos de SRAG por influenza na capital paulista, ante 983 ocorrências no ano anterior. A SRAG é uma complicação grave da gripe, que compromete a função respiratória, causando dificuldade para respirar e danos pulmonares.
Até o momento, apenas 40,73% do público prioritário — que inclui idosos, crianças menores de seis anos e gestantes — recebeu a vacina contra a gripe na cidade, apesar da meta de atingir 90% de cobertura. Foram aplicadas 2.231.704 doses até a última quarta-feira. Para ampliar o alcance da vacinação, a Secretaria Municipal da Saúde disponibilizou postos em estações de trem, metrô e terminais de ônibus.
Especialistas alertam que, embora o aumento da SRAG seja esperado no inverno, os índices atuais superam as previsões. Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que “este é o primeiro ano desde a pandemia em que os casos e óbitos por influenza superam os da Covid-19”.
O Ministério da Saúde reforça que a vacina contra a gripe pode evitar entre 60% e 70% dos casos graves e mortes causados pela influenza. Estudos adicionais indicam que a imunização também reduz o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e outras complicações cardiovasculares.
Além dos casos graves, a gripe continua em alta em diversas regiões do país, conforme o boletim mais recente do Infogripe, elaborado pela Fiocruz.
