O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do alto escalão de seu governo estão sendo ouvidos nesta segunda-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF), em um julgamento considerado histórico. Eles são investigados na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
As audiências presenciais, conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, ocorrem na sala da Primeira Turma do STF, especialmente adaptada para os interrogatórios. O esquema de segurança foi reforçado, semelhante ao adotado na recepção da denúncia, em março deste ano.
Sessões com transmissão ao vivo
As oitivas começaram às 14h e estão sendo transmitidas ao vivo pela TV Justiça, o que garante transparência ao processo. A visibilidade do julgamento tem mobilizado grande atenção pública e política, especialmente por envolver figuras centrais do governo Bolsonaro.
Quem são os investigados
Entre os oito acusados que prestam depoimento estão:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator do caso)
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. Mesmo colaborando com as investigações, ele também responde como réu no processo, conforme prevê a legislação brasileira. Sua delação é apontada como peça-chave pela acusação, mas é alvo de críticas por parte das defesas dos demais envolvidos.
Direitos dos réus garantidos
Durante os interrogatórios, os réus têm o direito de permanecer em silêncio e de não produzir provas contra si mesmos. O ministro Alexandre de Moraes conduz os questionamentos iniciais, seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Na sequência, os advogados de defesa tomam a palavra, seguindo ordem alfabética.
Jair Bolsonaro será o sexto a prestar depoimento ao STF, em uma das etapas mais aguardadas do processo.
Entenda o caso
A ação penal investiga uma suposta articulação para promover um golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. O inquérito reúne trocas de mensagens, declarações públicas, e depoimentos que, segundo a Procuradoria-Geral da República, evidenciam uma tentativa coordenada de ruptura institucional.
