A pequena Mariana Mell, bebê que nasceu com uma cardiopatia e possuía uma síndrome rara, morreu nesta quinta-feira (21), no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A família buscava a transferência de hospital para um melhor atendimento à criança.
“Segurei a mão dela o tempo todo”, conta a mãe, Solange Amaral. Dos 11 meses de vida, dez foram passados em um hospital. Mariana esteve em seu lar por apenas 20 dias, período vivido antes da última internação, por conta de um quadro gripal.
Solange relatou, há menos de uma semana, seu desespero por uma transferência de hospital que a unidade onde a menina estava não possuía médicos cardiologistas. “Quero dar os parabéns” à Cross [Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde], que esperou minha filha ficar estável para ser transferida a um hospital de cardiologia. Ela teve duas paradas e, na segunda, não aguentou”, ironiza.
Solange afirma que a Cross não se importou com sua filha. “Para eles, é só mais uma, e isso tem que acabar. São vidas, como esperar ficar estável, se o socorro é imediato?”, questiona.
Solange acrescenta que o hospital “não quis” entregar a ela o relatório que apresentava a necessidade de um cardiologista com mais rapidez – o prazo apresentado à família era de sete dias. A mãe acredita que, se fosse entregue antes, poderia entrar com uma liminar ao apresentar o documento, e assim, conseguir a transferência.