Após uma série de contratempos com aterrissagens problemáticas de aeronaves de pequeno porte em Congonhas (SP), resultando na interrupção das operações e no cancelamento de dezenas de voos por companhias aéreas, autoridades do setor ajustaram as regras de utilização da pista principal do aeroporto.
O comunicado sobre as alterações, conhecido como Notam, foi emitido neste sábado (4). Na prática, essa decisão restringe o uso da pista principal de Congonhas para a maioria dos jatos e turboélices executivos. A medida foi tomada em conjunto pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Em apenas uma semana, três incidentes causaram transtornos nas operações do aeroporto, afetando milhares de passageiros. Em 29 de outubro, um dos pneus do trem de pouso de um Cirrus Vision estourou, resultando na interdição da pista por 50 minutos. Em 1º de novembro, um modelo Piper Aircraft teve problemas semelhantes, resultando no cancelamento de 30 decolagens e 43 chegadas em Congonhas.
Posteriormente, na sexta-feira (3), um jato Cessna Citation procedente do interior de São Paulo enfrentou problemas no sistema de freios, inutilizando a pista por pouco mais de uma hora. Isso resultou em 12 cancelamentos e 14 voos sendo desviados para outros aeroportos.
A sequência de incidentes levou o diretor-executivo de Congonhas, agora operado pela concessionária espanhola Aena, a enviar um ofício à superintendência de infraestrutura aeroportuária da Anac neste sábado (4).
No ofício, obtido pela CNN, o executivo Kleber Almada Meira solicitou restrições para aeronaves de menor porte na pista principal. Ele afirmou: “Entendemos que a matriz de risco de incidentes envolvendo a aviação geral em um aeroporto como o de Congonhas deve ser reavaliada”.
