O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou no último dia 30 de junho o projeto de lei que cria um cadastro estadual de pessoas condenadas por estupro. A sanção ocorreu um dia depois de o governador ter subido em um caminhão na avenida Paulista, em evento que pedia anistia aos investigados pelos atos antidemocráticos do final de 2022 e do 8 de janeiro de 2023, ocasião em que manifestou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente, vale lembrar, foi condenado em primeira instância por danos morais à deputada Maria do Rosário (PT), após ter dito em 2014 que não a estupraria porque ela “não merece”, insinuando que a parlamentar seria “feia”.
Nova polêmica
O gesto de Tarcísio também reacendeu críticas recentes. Menos de 20 dias antes, o governador havia recebido questionamentos ao participar da Marcha para Jesus, em 19 de junho, segurando a bandeira de Israel — país acusado por lideranças internacionais de praticar crimes contra a população palestina na Faixa de Gaza.
Na ocasião, o ministro do Empreendedorismo e ex-governador paulista, Márcio França (PSB), criticou o ato e afirmou nas redes sociais:
“Sinceramente, fazer um gesto de humilhação, apoiando alguém para poder humilhar esses povos, é um erro grave do governador de São Paulo, que não tem nada a ver com a guerra. São Paulo é um estado da federação, não tem que se meter em guerra de ninguém.”
França também lembrou que São Paulo abriga mais de 10 milhões de descendentes de origem libanesa, síria e árabe, povos historicamente afetados pelo conflito na região do Oriente Médio.
