O Poder Judiciário irá apreciar o pedido de medida protetiva de uma mulher de 45 anos contra um homem de 32, a quem ela acusou de tortura dentro do quarto de uma pensão na região central de Jundiaí.Ambos residem no local, segundo a declarante, que disse ter sido trancada no cômodo na noite de sábado (18).
Ela garantiu ter sido vítima de abusos físicos, incluindo queimaduras feitas por cigarro, até o dia seguinte, quando foi libertada pela Guarda Municipal após denúncia anônima ao telefone 153.O acusado foi preso em flagrante, acusado de violência doméstica, cárcere privado e tortura. Ele já registrava passagem pela polícia por agressão a outra mulher, conforme levantamento feito na delegacia para onde foi levado.
Em depoimento, a vítima contou que o agressor fez uso de bebida alcoólica e a arrastou para quarto. Afirmou que ele estava armado com uma faca e chegou a cortar os cabelos da declarante, queimando-a ainda por diversas vezes com cigarro.Além de torturá-la a madrugada toda, ele teria trancado o cômodo para que ela não fugisse. Já ao ser encontrada, a mulher apresentava lesões em todo o corpo, principalmente nas costas, que teriam sido provocadas pela queimadura com cigarro.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou ser acionada para levar a mulher ao hospital. Ela foi encaminhada ao São Vicente de Paulo, onde realizou exames para constatação da violenta agressão.O acusado, por sua vez, foi novamente autuado em flagrante por violência doméstica. Ele também irá responder por crime de cárcere privado e de tortura, que tem pena de até oito anos de reclusão.De acordo com a lei, a pena para a tortura pode chegar a até 10 anos de reclusão se a conduta resultar em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Em qualquer dos casos, é um delito inafiançável e sem possibilidade de graça ou anistia.Ainda no domingo, o agressor foi recolhido no Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista para aguardar audiência de custódia, num prazo de até 24 horas da prisão em flagrante.
Sua prisão temporária foi mantida e ele deve agora permanecer atrás das grades durante o processo criminal.

Imagem: Divulgação GMJ