A agência de viagens 123milhas protocolou um pedido de recuperação judicial envolvendo dívidas de R$ 2,3 bilhões, buscando compartilhar a responsabilidade pela “pior crise financeira de sua história” com a companhia aérea Azul. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aprovou o pedido da agência na quinta-feira (31).
No documento ao qual a reportagem da Itatiaia teve acesso, a empresa alega que a quebra de contratos com companhias aéreas que eram consideradas parceiras tornou impossível o cumprimento de suas obrigações.
“A título de exemplo, destaca-se que, por meio de um acordo celebrado com a companhia Azul Linhas Aéreas, a 123 Milhas conseguia realizar pesquisas de passagens com pontos, o que lhe permitia adquirir passagens com preços mais vantajosos, o que atualmente não é mais possível, devido à rescisão do contrato em questão”, afirmou a empresa. A reportagem entrou em contato com a companhia aérea e aguarda um posicionamento.
Além disso, a empresa afirma que a oferta “Promo” não obteve os resultados esperados porque a agência esperava que os clientes comprassem outros produtos junto com as passagens. Como os consumidores adquiriram apenas as passagens com desconto, sem adquirir outros serviços do pacote, a empresa se viu em uma situação de insolvência.
A agência explicou que o déficit ocorreu porque “para cada voo vendido, o cliente também adquiriria outros produtos relacionados à viagem (reservas de hospedagem, passeios, etc.), mas isso não aconteceu na prática.”
Os advogados também alegam que os clientes do produto Promo123 são diferentes dos demais clientes da empresa, já que apenas 5% dos clientes frequentes da 123milhas efetivamente compraram os produtos do Programa Promo123, um percentual muito inferior ao previsto, o que impediu a realização do cross-sell esperado.